Eu assisti a outra catástrofe no jornal.
Eu ouvi falar de roubo e assassinato e mentiras.
Eu aprendi sobre guerras e conflitos e ódio.
Falaram de revolução.
Falaram de extermínio.
Falaram e falaram e falaram e, uau, ninguém saiu culpado.
E mudança também não houve nenhuma.
E eu percebi (com um pouco de ajuda) que a culpa era minha.
E dos meus pais.
E dos meu irmãos.
E dos meus melhores amigos.
Caraca.
É culpa minha.
Já parou pra pensar nisso?
Calma. Muita calma nessa hora (mas não 100% de calma, note-se.)
Nós somos quase oito bilhões de pessoas nesse planeta,  cada uma assombrada pelo seu inferno pessoal - talvez um passado que não se foi, um futuro que não chegou, ou (o pior deles) um presente que se recusa a partir.
E além de nós mesmos, há problemas ainda maiores que ameaçam nos engolfar e nos fazem pensar "é isso, é o fim. Não há mais pelo que lutar."
E esse, meus caros, é o assunto desse poema/crônica/insira gênero textual aqui.
O mundo como nós o conhecemos está acabando - como já aconteceu incontáveis vezes. E um mundo novo está surgindo - como já aconteceu milhares de vezes.  E nós estamos confusos - como sempre estivemos.
Estamos preocupados.
Estamos com medo.
Estamos com raiva.
Estamos gritando desesperadamente às nossas divindades, implorando por uma luz.
Espera.
Repete isso.
"Implorando por uma luz."
É quase como se - pasmem - não pudéssemos produzi-la sozinhas.
Uma vez eu ouvi um homem dizer que "as pessoas têm medo do seu próprio poder."
Os Vingadores não existem - tristeza das tristezas - mas nós ainda temos nossos pequenos superpoderes, e nenhum deles é menos digno que os de um super-heroi.
Por exemplo: acho que ninguém percebe como os outros se sentem bem quando alguém lembra um detalhe anteriormente mencionado.
Você pode lembrar que eu escrevi um post sobre padrões (eu tava revoltada nesse dia, desculpa qualquer coisa) ou que eu tenho um blog estranho, e eu vou te achar legal.
Mas se você lembrar que minha cor preferida é cinza ou que eu amo o som da nota ré, eu posso me apaixonar por você  (brincadeira - mas eu vou ficar bem feliz).
Porque um dos melhores sentimentos do mundo é saber que você foi ouvido. Saber que por alguns minutos você foi o foco da atenção de alguém, e que esse alguém se importou o suficiente pra lembrar (experimenta isso algum dia - lembre ou seja lembrado, a sensação é incrível).
Outro exemplo: elogie. E não quero dizer do tipo "você tem olhos lindos." Elogios na vera, tipo "adorei o estilo das suas unhas" ou "seu cabelo é incrível" ou "foi você que fez esse desenho? Impressionante!"
Porque - de novo - é muito bom se sentir notado. É ótimo colocar esforço em algo que importa pra você e perceber que mais alguém achou tão legal quanto você acha. "An act of kindness is what you showed to me and it caught me by surprise in this town of glass and ice", diria Bastille.
(Vale lembrar que essas dicas são pra todos. Seja você garoto, garota, ambos ou nenhum, você merece amar e ser amado, e deve acreditar piamente nisso.)
E, last but not least, o último e talvez mais poderoso exemplo: você já sorriu hoje? Parece estranho, talvez, mas quero acreditar que alguém leu isso e arregalou os olhos, percebendo que não.
Caso a resposta seja não, desmanche a carranca. Pense em algo ou alguém (ou num meme, sei lá) e sorria. Ou só force o sorriso mesmo - cientificamente comprovado: um sorriso falso pode realmente melhorar o seu humor.
Pronto.
Melhor?
Agora vá para a frente do espelho. Eu sei que deve ter um por perto - a câmera frontal do celularou o banheiro do consultório médico. Olha no fundo dos seus olhos, lá no fundo. Agora sorria pra si mesmo. Senja seu sorriso bonito, feio, banguela, torto, sexy ou esquisito. Sorria, sorria, sorria até suas bochechas doerem. Sorria enquanto chora, ou ria de si mesmo (eu faço isso bastante). Mas continue sorrindo.
E da próxima vez...
Sorria pra outra pessoa.
Conhecido ou estranho, não faz diferença. Afinal, um sorriso é uma coisa tão bonita. Dá paz. Todo mundo merece sentir paz.
Eu assisti a outra catástrofe no jornal.
Eu ouvi falar de noubo e assassinato e mentiras.
Eu aprendi sobre guerras e conflitos e ódio.
Mas eu tentei - e vou continuar tentando - ter esperança para nós e por nós.
Afinal,  nós somos super-herois, só que sem capas (Edna approves). Nós podemos salvar vidas e podemos mudar o mundo.
Isso não é incrível?
(E pensar que eu ia escrever um elegia.)
{Até a próxima vez que eu lembrar desse blog, eu acho.
Bye bye~}

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